Tive a honra de dividir com ele, entre diversos outros trabalhos e projetos, a elaboração de Administração financeira: as finanças das empresas sob condições in flacionárias no meio da década de 80, época de altíssimas taxas de inflação, num trabalho que consideramos pioneiro no Brasil ao tratar de finanças em circuns tâncias tão especiais. Portanto, já conhecia sua capacidade como pesquisador e autor, o que me fez não sentir qualquer surpresa ao analisar o presente Finanças corporativas e valor. Todavia, é necessário ressaltar a enorme evolução daquele primeiro livro até este, não só em termos técnicos, mas também didáticos. E, apesar das baixas ta xas inflacionárias mais recentes (quando comparadas às de então), é importante notar a constante preocupação do Autor em chamar a atenção para seus efeitos nos diversos tipos de análise empreendidos. Portanto, temos aqui um dos raros casos de um autor preocupado não só em acompanhar o que existe de mais mo derno no mundo, mas de efetuar a devida adaptação a nossas condições tupini quins (e mostrar no que os estrangeiros erram ao não dar a devida consideração à perda da capacidade aquisitiva de suas moedas). Sua preocupação com a maximização do aproveitamento do leitor brasilei ro, estudante, professor ou profissional na empresa vê-se desde o início quando alerta para as falhas da legislação contábil que eliminou a atualização monetária das demonstrações contábeis e as consequências disso desde a análise da alavan cagem financeira até sua influência na avaliação da empresa, ou quando discute a figura fiscal dos juros sobre o capital próprio e sua carga tributária escondida nas demonstrações financeiras. A incursão do autor pela gestão baseada no valor e nas medidas de sua cria ção (do valor), pelas técnicas de mensuração do custo do capital próprio, ou pe los métodos de avaliação de investimentos, caracteriza-se, como é de seu perfil,