No contexto de novas interrogações e desafios que, nos anos mais recentes, têm pautado a reconfiguração curricular no âmbito das Humanidades e das Ciências Humanas e Sociais, pareceu aos autores oportuno recolher um pequeno conjunto de reflexões sobre os primórdios da experiência e da consciência de cidadania, no contexto das quais, e inextricavelmente a elas ligada, surge a ideia e a execução prática de uma paideia necessária – entendida não como educação dirigista (ideia que o termo educatio pode correr o perigo de inspirar a leituras posteriores, menos em sintonia com o Mundo Antigo), mas como formação e conjunto de competências, cognitivas, artísticas, físicas, de que o jovem cidadão deve dispor para responder e participar, de pleno direito e com critério, na comunidade a que pertence. O conjunto de reflexões detinha-se, também, naqueles momentos de consolidação da experiência de cidadania através da ritualização e do processo de espelhamento no mito ou na mitificação de figuras históricas.