O autismo é um transtorno do desenvolvimento de origem desconhecida. Anteriormente era considerado raro e quase sempre grave, mas atualmente é compreendido como mais comum e com formas variáveis de ocorrência. O autismo começa na infância, e afeta uma em cada 200 crianças. Em geral é detectado aos 3 anos de idade e, em alguns casos, já aos 18 meses de vida.1 As taxas de ocorrência distribuem-se desigualmente entre os sexos, com probabilidade quatro vezes maior de manifestação em meninos. O autismo caracteriza-se por dificuldades na socialização, na comunicação, no comportamento e na brincadeira. As crianças afetadas por esse distúrbio “mostram deficits em: 1) interação social; 2) comunicação verbal e não verbal; e 3) comportamentos ou interesses repetitivos. Além disso, frequentemente têm respostas pouco usuais a experiências sensoriais, tais como a certos sons ou à aparência dos objetos.1” As capacidades cognitivas de indivíduos autistas variam amplamente. Embora a taxa de retardo mental no autismo seja de aproximadamente 70%, uma porcentagem significativa dos indivíduos situa-se na média de inteligência, e acima dela. Entre 15% e 20% das crianças autistas passam por um período de regressão na fala e no comportamento social entre os 12 e 20 meses. Embora não tenha sido identificado nenhum gene de suscetibilidade, há evidências de que a condição é herdada. Sabe-se que a taxa de recorrência do autismo em irmãos fica entre 2% e 8%, e distúrbios menos severos em habilidades de comunicação social ou de linguagem são encontrados em até 20% dos parentes.