O eixo da cultura de massas deslocou-se. Seu campo ampliou-se, penetrando cada vez mais intimamente na vida cotidiana, no lar, no casal, na família, na casa, no automóvel, nas férias. A mitologia da felicidade tornou-se a problemática da felicidade. Traços e focos de " contracultura", e mesmo de " revolução cultural" formaram-se no seio underground, à margem da cultura de consumo, porém também penetrando-a, irrigando-a. Surgindo incialmente na forma de pequenas pertubações e dificuldades, uma verdadeira crise cultural eclode nos anos 65-75, provocando, por sua vez, profunda crise social.
A própria noção de cutura de massas torna-se problemática, passando a exigir não só uma ampliação de sua primeira definição, como, também, novas bases metodológicas e epistemológicas para seu estudo, já que uma verdadeira nrecose operou-se no organismo cultural de nossa sociedade ocidental. Donde a necessidade do 2º volume. Necrose, no sentido de decomposição de um orgão que pertence a um organismo ainda vivo.
Segundo o autor, se o primeiro volume da obra (neurose) propõe um passeio pelas avenidas da cultura de massas, o segundo volume (necrose) convida aos preparativos de uma longa viagem de destino ainda ignorado, que constitui um delirante desafio às disposições epistemológicas do leitor.
