Conforme recente estimativa sobre Demografia Médica no Brasil, produzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em parceria com o Cremesp, os ginecologistas e obstetras representavam, em 2018, um total 30.415 especialistas. Para ilustrar este contingente, vale mencionar que quase 40% dos titulados em carreiras médicas no país estão distribuídos nesta especialidade, ao lado de Clínica Médica, Pediatria e Cirurgia Geral. Em São Paulo, há quase oito mil ginecologistas e obstetras em atividade, o que equivale a 17,61% por 100 mil habitantes. Guardadas as devidas especificidades, se uma análise meramente quantitativa fosse feita, seria possível supor que, quanto maior o número de médicos em uma área, maiores são as chances de se tornarem alvo de queixas de natureza ética em uma Casa como esta. Porém, a reflexão não é tão simples, pois se tratam de atuações especiais que envolvem a intimidade feminina e suas nuances, bem como o atendimento a mulheres saudáveis em curso de um processo fisiológico do qual se espera apenas desfechos favoráveis. Por essas razões, tornou-se imprescindível manter o curso de uma publicação importante e consagrada como “Ética em Ginecologia e Obstetrícia”, que tenho a honra de apresentar em sua 5ª edição atualizada e revisada. Fruto do incansável trabalho de nossa Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia, o livro pretende nortear as condutas em situações de possíveis dúvidas no dia a dia de consultórios e ambulatórios, que envolvem desde documentos médicos, como o prontuário, à relação com outros profissionais. Abrange, ainda, as frequentes questões sobre a comunicação e relação médico-paciente