Qual é a principal lição da guerra para si, para a França e para o mundo? – A história repete-se. Os homens deveriam impedir que isso acontecesse. A paz consegue-se com os batalhões maiores! A paz é obra da potência mais forte! […] – Uma conferência de paz não muda nada! – exclamou Clemenceau. – As alianças internacionais não acabam com as rivalidades internacionais […]. (Entrevista de George Sylvester Viereck a Georges Clemenceau. Liberty, 07.07.1928) A comemoração do centenário da I.ª Guerra Mundial, um dos acontecimentos que marcou mais profundamente a história contemporânea, tem-nos permitido aceder a novas problematizações historiográcas, novos enfoques conceptuais, disponibilização de fontes e documentos até aqui na sombra dos Arquivos (pessoais ou institucionais) mas também rever um conjunto de autores que, sendo protagonistas, registaram a sua passagem em apontamentos depois vertidos para a escrita. Cruzando vivências, memórias, representações literárias ou simplesmente relatos, mais ou menos anedóticos da passagem pelos palcos da Guerra, o encontro promovido pelo CITCEM e pelo Mestrado de História Contemporânea da Faculdade de Letras da Universidade do Porto procurou dar conta de algumas produções escritas sobre o acontecimento, à luz de quem o viveu, relatou ou romanceou, de trabalhos de investigação de autores já consagrados e de novas pistas de interpretação de acontecimentos por vezes marginalizados. Acima de tudo, de acordo com os objectivos do encontro, pretendeu-se dar espaço a primeiras investigações de estudantes que têm privilegiado este período de estudo, ou simplesmente reexões sobre últimas publicações nacionais e estrangeiras.