Nos últimos anos, as questões em torno do “espaço” voltaram a despertar o interesse de quem estuda a política internacional no âmbito de diversas perspectivas e disciplinas. Se durante o período de bipolarização política mundial houve pouco interesse pela espacialidade, quer porque o seu esquema dual era altamente evidente e de imediata inteligibilidade, quer porque as duas ideologias de referência explicavam a realidade de acordo com fatores substancialmente indiferentes ao espaço (a luta de classes e a democracia popular, por um lado, e as leis de mercado e a democracia liberal, por outro), o fim da Guerra Fria fez ressurgir o debate sobre qual o paradigma espacial que corresponde à nova estrutura de poder no sistema internacional: Unipolar? Bipolar (EUA vs. China)? Multipolar? Apolar? Além disso, as considerações sobre a espacialidade política tornam-se necessariamente relevantes na actualidade tendo em vista a análise dos processos de conexão de áreas regionais e novas relações entre dinâmicas globais e regionais
