O século XXI se inicia sob o signo de intensas mudanças sociais e tecnológicas. Giddens em Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós afirma que vivemos em “um mundo em descontrole” e que tal descontrole é produto de dinâmicas ligadas à globalização e aos processos econômicos e sociais que lhe dão sustentação. Tais movimentos influenciam profundamente a vida cotidiana, mudam a vida social e as formas de inserção no mundo do trabalho e transformam, também, a vida privada e os processos afetivo-relacionais. A preocupação com esse embate entre velhos e novos modelos e seu impacto sobre a condição humana e social marca a produção científica em áreas como a psicologia, a sociologia, a história, a literatura, dentre outras. Atravessa continentes e busca desnudar a complexidade de fatores que afetam a vida contemporânea. Reflexões de Giddens (2005) e de Jablonski (1991/1998) – um inglês, o outro brasileiro; um escrevendo na metade da primeira década do século XXI e o outro problematizando processos que já anunciavam mudanças e rupturas em nossa forma de viver ao longo da última década do século XX constituem exemplos desse comprometimento. Ambos os autores chamam atenção para o fato que vivemos em um mundo que privilegia o instante, a ruptura, o descartável, as novidades, ou seja, tudo que revele desapego e que se oponha a qualquer ideia de permanência. O fato é que o acesso a formas de comunicação rápidas está a alterar o modo de funcionar das pessoas e suas expectativas pessoais, relacionais e sociais (Diniz, 2012).