A primeira etapa de sua implantação se iniciou em 1991, por meio do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). A partir de 1994, teve início a formação das primeiras equipes da Estratégia Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários de saúde. A equipe da ESF era composta por: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde. Desde a implantação do programa, os agentes comunitários de saúde já vinham desenvolvendo ações de promoção de saúde bucal e de prevenção das doenças bucais mais prevalentes no seu território de atuação. Em 1998, foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio com o Ministério da Saúde, uma Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD). Os resultados de tal estudo mostram que, aproximadamente, 29,6 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista e que, entre aqueles que ganham até um salário mínimo, o número de pessoas que nunca estiveram em um consultório dentário é nove vezes maior do que o número dos que ganham mais de 20 salários mínimos. Nesse contexto, o Ministério da Saúde propôs a inclusão de equipes de saúde bucal no Programa Saúde da Família. Em de 28 de dezembro de 2000, as ações de saúde bucal foram definitivamente incluídas na ESF, com a publicação da Portaria GM/MS nº 1.444, a qual estabele- 12 Auxiliar de Saúde Bucal ce incentivo financeiro para a reorganização da atenção à saúde bucal prestada nos municípios por meio da Estratégia de Saúde da Família. Tal instrumento foi regulamentado pela Portaria GM/MS nº 267, de 6 de março de 2001, que aprova as normas e diretrizes de inclusão da saúde bucal na ESF, por meio do Plano de Reorganização das Ações de Saúde Bucal na Atenção Básica. (BRASIL, 2002) • A inclusão das ações de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família tem como principais objetivos: • Melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira; • Orientar as práticas de atenção à saúde bucal, por meio da estratégia de organização da Atenção Básica preconizada pela Estratégia Saúde da Família; • Assegurar o acesso progressivo de todas as famílias residentes nas áreas cobertas pelas equipes de saúde da família às ações de promoção, de prevenção e de assistência em saúde bucal; • Capacitar, formar e educar permanentemente os profissionais de saúde bucal para a ESF, por intermédio da articulação entre as instituições de ensino superior e as de serviço do SUS; • Avaliar os padrões de qualidade e o impacto das ações de saúde bucal desenvolvidas, de acordo com os princípios da ESF da Atenção Básica à Saúde, com a inclusão de equipes de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família. Os principais objetivos são diminuir os índices epidemiológicos de saúde bucal e ampliar o acesso da população brasileira às ações de saúde bucal. As equipes de saúde bucal atuam mais próximas da realidade, identificando fatores de risco, famílias em situação de risco, priorizando demandas assistenciais e preventivas e levando ações de saúde bucal diretamente às comunidades. Os recursos são transferidos mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os Fundos Municipais de Saúde.