A patogenicidade da E. histolytica foi bastante investigada. Dobell, em 1919, propôs a teoria unicista segundo a qual a E. histolytica, constituída de cistos tetranucleados, seria não patogênica, podendo tornar-se virulenta de acordo com a flora bacteriana intestinal ou fatores ambientais desconhecidos (Clark 1998). Segundo a teoria dualista proposta por Emile Brumpt, em 1925, haveria duas espécies do gênero Entamoeba com características morfológicas idênticas, sendo a E. histolytica patogênica e a Entamoeba dispar apenas comensal. Brumpt ainda observou que muitos pacientes aparentemente infectados por E. histolytica eram assintomáticos e a infecção se resolvia de forma espontânea (Clark 1998). No entanto, como na época não existia metodologia adequada para distinguir as duas espécies, esta teoria não foi bem aceita pela comunidade científica.