A história da humanidade é marcada pela busca de novos horizontes. Alguns fatos e momentos foram marcantes nessa busca. Algumas das conquistas humanas visaram a extensão de territórios, obtida muitas vezes às custas de guerras e submissão de povos. Outras foram propiciadas pelo progresso do conhecimento e da ciência. Os seres humanos, procurando assegurar-se de condições básicas de sobrevivência e convivência social, definiram aos poucos, e de modo diverso, formas de organização que se tornaram cada vez mais complexas. A maior conquista, porém a mais difícil e definitivamente a mais relevante, é a que o ser humano fez – e faz – de si mesmo, ao longo do processo em que a humanidade se desenvolveu como espécie. (José Gregori, Direitos Humanos no Cotidiano, 2. ed., Ministério da Justiça, 2001, p. 20) Nada mais verdadeiro do que o provérbio evangélico, de que pelos frutos conhecereis a árvore. Por outro lado, o ciclo da vida nos ensina que antes dos frutos, muitas etapas se desenrolam em cadência própria e intocável, ao sabor do tempo. Tanto que os romanos já diziam que natura non procedit ad saltus. Há, entretanto, árvores mais precoces e não hesitaria em colocar entre elas André de Carvalho Ramos. Falar, vestibularmente, neste prefácio, do currículo do autor não tem intuito panegírico, mas sim de propor um caminho a tantos jovens que se inauguram nas lides profissionais e acadêmicas. Neste momento de expansão dos estudos pós-graduados no Brasil, é necessário extremo empenho para que sua generalização não se dê em detrimento da qualidade. E como exempla manent, vejamos o que amealhou o presente autor em lapso temporal curto. Para recriar, ao menos parcialmente, a sofia grega não se contentou em bacharelar-se em Direito pela Velha e Sempre Nova Academia, tendo, igualmente, obtido o bacharelado em Administração Pública pela Fundação Getulio Vargas. Continuou sua preparação, coadjuvado por bolsas de estudo, que em si já são galardões: da Fundação Ryoichi Sasakawa e da Université Catholique de Louvain, em convênio com a Fundação Getulio Vargas. Conseguindo dividir-se entre a profissionalização e as lides acadêmicas, antes dos trinta anos, ingressou na Procuradoria da República, tendo sido aprovado no seu concurso de ingresso (1995/1996) em primeiro lugar em cada uma das provas de conhecimento jurídico (prova preambular, prova escrita e prova oral) e em segundo lugar na classificação geral nacional, após o cômputo dos títulos, e doutorou-se em Direito, com nota dez (o que é incomum nas Arcadas) pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Vem prosseguindo, com brilhantismo, tanto na Procuradoria, onde onde hoje é Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, quanto na carreira docente universitária, com produção científica respeitável. Além de vários artigos, publicou, recentemente o livro Direitos Humanos em Juízo – Comentários aos casos contenciosos e consultivos da Corte Interamericana de Direitos Humanos, bem como é coautor das seguintes coletâneas: Tribunal Penal Internacional (organizado por Kai Ambos e Fauzi Hassan Choukr); Ministério Público II – Democracia (organizado por José Marcelo Menezes Vigliar e Ronaldo Porto Macedo Macedo Jr.); Mercosul: Integração Regional e Globalização (organizado por Paulo Borba Casella); Guerra comercial ou integração econômica mundial (organizado por Paulo Borba Casella e Araminta de Azevedo Mercadante); A nova lei da arbitragem e Contratos Internacionais e o Direito Econômico do Mercosul (organizados por Paulo Borba Casella). O título e o subtítulo da presente obra, Processo internacional de direitos humanos