Se olharmos para o significado direto do verbo educar, por exemplo no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa* , ainda encontramos uma leitura unívoca. Refere este dicionário de referência que educar é “dar educação a” terceiros, ou seja, uma perspetiva formal, restritiva, sem partilha e onde o educador educa e o educando é educado. Quando pesquisamos por inclusão na mesma referência, também encontramos uma leitura unívoca, onde existe quem inclui e o incluído. Segundo este dicionário, inclusão é o “ato ou efeito de incluir”, ou seja, novamente uma interpretação formal, restritiva, sem partilha e de um só sentido. Estes conceitos expressos neste dicionário são o reflexo de uma sociedade que ainda olha estes dois processos sociais centrais no nosso quotidiano longe de construções partilhadas, realizadas em conjunto e erigidas, passo a passo, por diferentes intervenientes, em diálogo constante. Ainda estamos perante uma sociedade que encara os processos educativos e de inclusão como processos de um só sentido, em que um dirige a ação e o outro é apenas dirigido.