O objetivo desta tese é explicitar, no discurso e na doutrina da obra A Ação (1893), a lógica que guia e apóia a investigação filosófica de Maurice Blondel. O objeto desta pesquisa impôs uma divisão da tese em três partes. Inicialmente, trata-se de justificar criticamente a necessidade do estudo da “lógica da ação”, formulando, a partir do texto de Blondel, algumas questões lógicas que devem ser respondidas para que o texto se sustente. Este primeiro passo explica a presença invariante de um “projeto de lógica da ação” no discurso blondeliano. A seguir, esclarece-se este projeto, mediante o estudo da relação entre ciência prática e ciência da prática, na filosofia blondeliana, e mediante o estudo do princípio lógico elementar suposto na doutrina e no discurso da Ação (1893). Este segundo passo mostra a possibilidade e a necessidade de unir “lógica” e “ação livre”, fornece o princípio elementar que torna inteligível tal união e permite elaborar uma lógica do terceiro incluso. Finalmente, passa-se a uma explicitação sistemática da lógica, percorrendo a integralidade do texto da Ação (1893). Demonstra-se a vigência da lógica suposta pela doutrina da ação e verifica-se como essa mesma lógica preside o progresso do discurso filosófico.